Desde 1996, numeração de competidores varia com a classificação de sua equipe no Mundial de Construtores. Novo sistema é baseado na MotoGP e categorias dos EUA
As equipes de Fórmula 1 estão fazendo campanha para que os pilotos passem a ter numeração fixa a partir da próxima temporada, tradição na MotoGP (Valentino Rossi é o nº 46, por exemplo) e no automobilismo americano, principalmente na Nascar. Desde 1996, os números dos pilotos da F-1 mudam de acordo o resultado da temporada anterior. O piloto campeão leva o número 1 e seu companheiro, o 2. Os demais pares são respectivos com a posição da equipe no Mundial de Construtores, exceto o nº 13, que não é usado. Caso a regra permaneça em 2014, por exemplo, Lewis Hamilton e Nico Rosberg, dupla da vice-campeã Mercedes, usarão os números 3 e 4.
De acordo com a revista britânica “Autosport”, o item foi discutido na última reunião do Grupo de Estratégia, em outubro, e voltará a ser debatida no próximo encontro, dia 9 de dezembro. Os três pontos a serem discutidos são como os números serão alocados nos carros, se os pilotos poderão escolhê-los e se os números serão especificados já na superlicença do competidor.
Segundo os defensores da ideia, a manutenção dos números dos pilotos – exceto em caso de título – é positiva em aspectos comerciais, para explorar a marca do competidor ligada diretamente a um numeral. O grupo também debate o uso de grandes números na carroceria dos bólidos. Atualmente, os numerais são tão pequenos que mal conseguem ser visualizados nas transmissões. Entretanto, as equipes manifestaram certa relutância na proposta, com receio de concorrer com espaços que podem ser destinados a patrocinadores.
Caso as equipes entrem em acordo no Grupo Estratégico, eles deverão encaminhar a proposta à Comissão da F-1 para aprovação. Ela só entrará em vigor após ser sancionada no Conselho Mundial de Esporte a Motor da FIA, que incluirá no regulamento.
Números nos carros da Fórmula 1
A F-1 não tinha sistema de numeração até 1974. Naquele ano, os carros foram elencados com números fixos com base na temporada de 1973. A numeração só mudaria quando o time tivesse o piloto campeão, passando a usar os carros 1 e 2, trocando de números com a escuderia do competidor vencedor do ano anterior. Nesse período, com a variação de campeões, pilotos e equipes acabavam trocando de número de tempos em tempos.
Apesar de a numeração variar e ser ligada diretamente à equipe, alguns pilotos ganharam forte identificação com determinados números, como Gilles Villeneuve e sua Ferrari nº 27, usada em 20 de seus 67 GPs, e Nigel Mansell e sua Williams de nº 5 pintado em vermelho, com a qual disputou 93 de suas 191 corridas. Esse sistema foi usado até 2006, quando passou a vigorar o atual, que leva em conta a classificação do Mundial de Construtores. Com a falta de identificação com pilotos e equipes, os números foram perdendo relevância e tamanho na pintura dos carros, dando espaço para o maior destaque de patrocinadores.