quinta-feira, 4 de abril de 2013

Pietro Fittipaldi deixa a Nascar para seguir os passos do avô rumo à F-1


Apoiado por homem mais rico do mundo, neto de Emerson troca carreira promissora na Stock americana aos 16 anos para competir de monopostos

Pietro Fittipaldi Emerson Fittipaldi (Foto: Alexander Grünwald/ GLOBOESPORTE.COM)O "encontro" via telepresença de Pietro e Emerson
(Foto: Alexander Grünwald/ GLOBOESPORTE.COM)
Depois das passagens de Emerson, Wilsinho e Christian, o clã Fittipaldi pode ter mais um representante na Fórmula 1 em um futuro próximo. Aos 16 anos, Pietro atendeu ao pedido do avô bicampeão mundial e trocou uma carreira promissora no automobilismo norte-americano pelos monopostos, com o objetivo de alcançar a categoria máxima do esporte a motor no mundo. Pietro disputará simultaneamente a F-4 e a F-Renault inglesas, dois campeonatos de formação na escada que leva à F-1. Campeão de uma divisão regional da Nascar em 2011, a Limited Late Model, o garoto contará com um incentivo e tanto para trocar os ovais dos Estados Unidos pelas pistas da Europa: o aporte financeiro de Carlos Slim, o homem mais rico do mundo, através do apoio de seu grupo de telecomunicações. Pietro participará de projeto de formação de pilotos semelhante ao que levou os mexicanos Sergio Pérez e Esteban Gutierrez à F-1. O anúncio aconteceu em um "encontro" via telepresença, com o avô no Brasil e o neto nos Estados Unidos.
Esteban Gutierrez Sergio Pérez Fórmula 1 (Foto: Agência Getty Images)
- Com o Pérez e o Gutiérrez, este programa mostrou que deu resultados, e ter o Pietro participando dele só pode me deixar feliz. O caminho para chegar à Fórmula 1 é muito difícil, e essa oportunidade é muito importante. O Pietro vai ter seus momentos de frustração, mas é uma escola que dá a ele a chance de aprender. É um caminho muito longo. Ele esteve dois anos e meio na Nascar e foi muito bem, mas guiará um carro diferente, com peso diferente, e agora vai virar para a esquerda e para a direita – ressalta Emerson, citando os ovais norte-americanos.
Pietro concorda e frisa que a mudança radical exigirá "dedicação e determinação" na busca por resultados. Apesar de estar familiarizado com os motores potentes da Stock norte-americana, que chegam quase aos 500 cavalos, contra os cerca de 210 de um monoposto de base como o da F-Renault, ele terá que se adaptar a outros aspectos, como frenagem, reaceleração e cuidado com os toques com os outros carros nas disputas por posição. E não se incomoda com a pressão de levar o sobrenome Fittipaldi de volta ao automobilismo europeu.
Emerson Fittipaldi carros 1972 1974 (Foto: Getty Images)Emersonfoi campeão da Fórmula 1 em 1972, com a Lotus, e em 1974, com a McLaren (Foto: Getty Images)
- Sei que tem uma pressão enorme, mas tenho que criar o meu nome, Pietro Fittipaldi. Para mim é um caminho diferente. Sei que, se não for bem eu posso voltar, mas com muita dedicação e determinação vou conseguir. Tudo é uma escola. Vou aprender muitas coisas, vai ser um desafio muito difícil, mas não posso deixar passar esta grande oportunidade. Se Deus quiser, posso chegar uma dia à Fórmula 1, andando bem – analisa Pietro.
Avô e conselheiro, Emerson transmite experiência e tranquilidade
A relação de Pietro com o avô, que além de vencer dois mundiais na F-1 (em 1972 e 1974) também conquistou o título da Indy e faturou duas vezes as lendárias 500 Milhas de Indianápolis (1989 e 1993), é de admiração mútua. Experiente, Emerson tenta transmitir seus conhecimentos ao neto, mas também trabalha bastante o lado psicológico do jovem piloto.
- Ele fez uns treinos comigo na Nascar, sempre liga para me deixar calmo antes das corridas, é bem legal – conta Pietro Fittipaldi.
Emerson e Pietro Fittipaldi NASCAR (Foto: Divulgação)Avô e neto, Emerson e Pietro Fittipaldi já fizeram um treino juntos na Nascar (Foto: Divulgação)





 Nascido em Miami, o herdeiro de um sobrenome com tanta história nas pistas de todo o planeta não esconde o desejo de competir numa categoria de ponta diante da torcida brasileira. Até hoje ele correu no Brasil apenas duas vezes, em 2011 e 2013, nas duas edições mais recentes do desafio de Kart das Estrelas, em Santa Catarina.
- Moro nos EUA, mas sempre falo para meu pai: "eu gosto das meninas brasileiras". E o público brasileiro sempre me pede muito mais autógrafo do que nos EUA, então me sinto muito mais em casa no Brasil – frisa a jovem promessa brasileira.
Pietro Fittipaldi Nascar (Foto: Divulgação)Em 2011, aos 15 anos, Pietro Fittipaldi faturou o título de uma divisão regional da Nascar (Foto: Divulgação)
Nova carreira começa já em abril
Seu primeiro desafio será pela F-Renault britânica, nos dias 13 e 14 de abril, em Donington Park. A categoria é composta por 16 provas, distribuídas por seis fins de semana. Duas semanas depois, Pietro estreará na F-4, em Silverstone. O campeonato contará com oito rodadas triplas, totalizando 24 corridas. Há um único conflito no calendário entre os dois torneios, justamente nas finais, ambas programadas para 28 e 29 de setembro. Assim, o jovem piloto precisará decidir qual das competições deverá priorizar quando se aproximar das datas marcadas.
Caso Pietro chegue à Fórmula 1, será o primeiro caso na história de uma família que teve três gerações na categoria. Quem chegou mais próximo disso até hoje foram os Andretti. Campeão em 1978 com a Lotus, Mario viu o filho Michael correr ao lado de Ayrton Senna na McLaren em 1993. No começo de 2007, os dois voltaram ao box de um time de F-1 para acompanhar os testes de Marco, filho de Michael, na equipe Honda. Porém, o time japonês optou por manter Jenson Button e Rubens Barrichello, sua dupla titular na época. Emerson correu na F-1 entre 1970 e 1980. Seu irmão Wilsinho, entre 1972 e 1975. Já Christian, filho de Wilsinho, disputou as provas da categoria entre 1992 e 1994.

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