sexta-feira, 10 de maio de 2013

Lewis Hamilton: 'Piloto do jeito que imagino que Ayrton Senna pilotava'


Fã do brasileiro tricampeão, inglês da Mercedes conta que gostaria de ter guiado nos tempos de Senna: 'Aquela época teria extraído muito mais de mim'

Capacete de Lewis Hamilton é inspirado no de Ayrton Senna (Foto: Getty Images)Capacete de Lewis Hamilton é inspirado no do
ídolo Ayrton Senna 
As cores amarela, verde e azul em seu capacete não são por acaso. Lewis Hamilton sempre deixou claro que Ayrton Senna é sua grande referência nas pistas. Campeão mundial de 2008 pela McLaren, o inglês de 28 anos, hoje na Mercedes, deixou clara toda a sua idolatria ao brasileiro tricampeão, em uma entrevista especial ao jornal britânico “Daily Mail”. Hamilton contou que se inspira no modo de Ayrton pilotar e admitiu que gostaria de ter guiado naquela época.
- Eu guiei um carro de Ayrton Senna, o de 1989, por algumas voltas em Silverstone. Foi uma das melhores experiências que já tive. Senna, Gilles Villeneuve, eles eram muito parecidos. Foi isso que eu adotei, quero ser igual a eles. E acho que piloto do jeito que imagino que Senna pilotava. É o único modo que conheço. Eles foram os melhores. E eu quero dominar as coisas como eles.
Gostaria de ter pilotado na época de Ayrton Senna"
Lewis Hamilton
Com 28 anos e um título mundial no currículo, Hamilton ainda tem muito o que provar e conquistar para chegar a um patamar próximo de seu ídolo Senna. Mas seu desejo de guiar igual a Ayrton não é ambição ou prepotência, e sim um mergulho que ele faz na chamada “Era de ouro” da Fórmula 1, sua preferida. O que o britânico realmente gostaria, é de ter pilotado naquela época. Tempos mais perigosos, sim, mas que, segundo Hamilton, exigiam mais dos pilotos.
- Se eu tivesse que escolher uma era, eu gostaria de ter pilotado na época de Senna, em 1988, 1989. Os carros eram mais perigosos. Quando dei uma volta em Silverstone com aquele carro, senti minha cabeça tão exposta e pensei: “Jesus, esses caras...” - brincou.
Lewis Hamilton teve o privilégio de guiar a McLaren pilotada por Ayrton Senna em 1989 (Foto: Reprodução)Hamilton não escondeu a felicidade quando teve o privilégio de guiar a McLaren MP4/4, de 1989, pilotada pelo ídolo Ayrton Senna. Oportunidade foi dada pelo programa britânico 'Top Gear'  
Lewis admite que é fã da adrenalina provocada pela insegurança e o perigo da F-1 do passado:
- Para mim, tem que ser perigoso. Se tirarem o perigo da Fórmula 1, eu não correria mais. Mas ainda é perigoso o suficiente. Quando dou uma volta no limite no treino classificatório, é realmente perigoso - comentou.
Hamilton aponta as diferenças da Fórmula 1 de hoje com os carros de antigamente
O britânico destaca que os carros e os circuitos, antigamente, não davam margem para nenhum tipo de erro, diferentemente dos dias de hoje. Para fazer essa comparação, ele usa seu contemporâneo Sebastian Vettel (RBR) como exemplo.
- O Vettel, hoje, sempre passa com o carro sobre a grama sintética e um pouco além da zebra, ultrapassando a linha branca – o que não é realmente permitido, mas deixam ele impune. Na época de Senna, se ele pusesse um pé além da zebra, ele iria na grama, rodaria e seria penalizado. Era preciso guiar no limite, e eu respeito mais esse estilo de pilotagem. Hoje, se você sair da pista, você volta, porque os circuitos modernos tem grandes áreas de escape asfaltadas. Elas costumavam ser de brita, e se você a atingisse, seu carro seria danificado ou ficaria preso – destaca, citando as caixas de brita. Curiosamente, foi um abandono em uma área de escape desse tipo, localizada na entrada dos boxes, no GP da China de 2007, a principal razão da perda de seu título naquele ano.
Sebastian Vettel passa na grama sintética durante o treino classificatório para o GP da China (Foto: Getty Images)Vettel passa na grama sintética durante o treino classificatório para o GP da China 
Aquela época teria extraído muito mais de mim."
Lewis Hamilton








Dos tempos de Senna para cá, a segurança e a tecnologia na Fórmula 1 evoluíram muito. Os carros possuem muitos aparatos eletrônicos que facilitam a vida dos pilotos. A troca de marcha, por exemplo, é feita no volante. Os circuitos, como Hamilton destaca, são mais complacentes com os erros. O britânico ressalta que a evolução na segurança é algo positivo, mas admite que os tempos de outrora provocavam mais adrenalina nos pilotos. Assim, ele cita as pistas de rua como as oportunidades de sentir o gostinho da F-1 antiga.
- Por isso que eu amo circuitos de rua como Mônaco. Não há espaço para erros. E se você comete um, você paga. Eu não quero ver pessoas pagando se machucando, mas sim perdendo tempo ou abandonando. Isso é corrida. É por isso que admiramos tanto os caras daquela época. Eu acho bom os carros serem mais seguros hoje. Mas naquela época, eles eram mais crus. Eles tinham a alavanca de câmbio. Você vê vídeos de Senna em Mônaco e ele tinha que pilotava apenas com uma mão. Isso era muito legal!
Ayrton Senna e Alain Prost em um dos lendários duelos da Fórmula 1 em 1989 (Foto: Getty Images)Hamilton gostaria de ter guiado no fim da década de 1980, época dos lendários duelos Senna x  Prost  








Dono de um estilo de pilotagem mais agressivo e arrojado, Hamilton acredita que seu modo de guiar combina mais com aquela época do que com os dias de hoje.
- Eu acho que aquela época teria extraído muito mais de mim. Agora tudo é tão técnico, sentar e guiar falando sobre sistemas hidráulicos. O desafio hoje é diferente, é mais um desafio técnico. Eu preciso dissecar cada pedaço de informação sobre pneus, pressão aerodinâmica, economia de combustível e ainda me preocupar com os outros pilotos. Tenho centenas de botões, 26 no meu volante. Para entender e usar todos eles, é uma ciência em si - destaca.
Capacete de Lewis Hamilton na época da McLaren era ainda mais parecido com o de Ayrton Senna  (Foto: Getty Images)Capacete de Hamilton na época da McLaren era ainda mais parecido com o de Senna 
Fonte: globo.com

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